Leia aqui o resumo completo do "Naufrágio" na costa da Itália.



As equipes de resgate descobriram na manhã desta segunda-feira o corpo de um homem dentro do Costa Concórdia. Ele é a sexta vítima que morreu em decorrência do naufrágio do transatlântico perto da ilha toscana de Giglio, nesta sexta-feira (13), anunciou a imprensa. 

Bombeiros italianos que trabalham todas as noite à procura dos cerca de 15 desaparecidos, encontraram a bordo o corpo de um passageiro vestindo um colete salva-vidas, em uma área não inundada. 

Até então, os mortos haviam sido identificados como um tripulante peruano, dois turistas franceses, um italiano e um espanhol --os corpos dos dois últimos foram encontrados no domingo. 

PREJUÍZOS
 
Segundo o jornal "Financial Times", a Carnival, grupo que opera 11 diferentes marcas de linhas de cruzeiros, entre elas a Costa Crociere, deve registrar prejuízos de US$ 95 milhões devido ao acidente neste ano contábil. 

Já a BBC adianta que a queda do valor das ações do grupo nas Bolsas já custa US$ 1 bilhão à companhia.
As ações da empresa, que é listada nas Bolsas de Nova York e Londres, caíram 21% na abertura dos mercados nesta segunda-feira.

ERRO
 
A empresa Costa Crociere admitiu neste domingo que o comandante Francesco Schettino "cometeu erros de julgamento" e "não observou os procedimentos" para situações de emergência.
"A Justiça, com a qual a Costa Cruzeiros colabora, determinou a prisão do comandante, contra quem pesam graves acusações", destacou a companhia. 

"Parece que o comandante cometeu erros de julgamento que tiveram graves consequências" e que "suas decisões na gestão da emergência ignoraram os procedimentos da Costa Cruzeiros, que seguem as normas internacionais", informou a empresa.



Schettino foi detido no sábado. Ele é acusado de homicídio culposo (quando não há intenção) múltiplo, de ter provocado um naufrágio e de ter abandonado o navio quando ainda havia várias pessoas a serem salvas.
O procurador da região de Grosseto, Francesco Verusio, que investiga o caso, alega que o capitão realizou uma manobra "malfeita" ao se aproximar excessivamente da ilha. Teria ainda falhado em lançar um alerta de socorro. 

No comunicado, a "Costa Crociere" destaca que Schettino, que entrou na companhia em 2002, como responsável de segurança, foi promovido a comandante em 2006, após concluir com sucesso todos os cursos de formação.

A companhia afirma ainda que os membros da tripulação "realizam exercícios de evacuação a cada duas semanas" e que os "passageiros participam igualmente de um exercício" de abandono de navio logo após o embarque. 

TRAJETÓRIA
 
O promotor de Grosseto, Francesco Verusio, confirmou neste domingo que o comandante Schettino abandonou o barco "muito antes de que todos os passageiros fossem retirados", e acrescentou que "a trajetória seguida pelo navio de cruzeiro não era boa".

Segundo a imprensa italiana, o comandante foi encontrado em terra às 23h40 (20h40 de Brasília), e os últimos passageiros só foram retirados por volta das 05h00 GMT (03h00 de Brasília). 

Várias testemunhas e homens da Guarda Costeira disseram que o Costa Concordia navegava perto demais da costa da ilha de Giglio, situada diante do litoral do sul da Toscana. 

Segundo alguns, o navio estava fazendo uma manobra chamada "l'inchino", "reverência" em italiano, para saudar os 800 moradores da ilha de Giglio. 

O promotor Verusio afirma que o comandante "se aproximou de forma imprudente da ilha de Giglio, e o navio se chocou contra uma rocha que destruiu boa parte de seu lado esquerdo, fazendo a embarcação adernar e receber uma enorme quantidade de água em dois ou três minutos". 

COMO FOI
 
O navio levava 4.229 pessoas a bordo. O número de brasileiros no cruzeiro pode ser maior do que os 53 divulgados inicialmente pela operadora e repassados para o Itamaraty. 

Segundo versões iniciais, o navio atingiu uma rocha por volta das 21h30 locais e começou a encher de água. O capitão tentou se aproximar da ilha, mas então o navio começou a virar. 

Uma hipótese é que, devido a uma falha técnica, o navio tenha perdido os instrumentos de navegação, se desviado da rota e então colidido com a rocha. 

A empresa Costa Cruzeiros disse que prestou socorro imediato. Porém, relatos dos passageiros contradizem essa informação. 

Eles contam que jantavam quando ouviram um estrondo, mas foram orientados a continuarem sentados.
O comandante teria informado inicialmente que o navio havia tido problemas elétricos. Mas os turistas desconfiaram quando a embarcação começou a se inclinar, e os objetos, a cair das mesas. 

Começou uma correria pelos salva-vidas, com pessoas tropeçando umas nas outras e caindo pelas escadas.
A rápida inclinação do navio acabou dificultando a saída dos botes, fazendo com que muitos simplesmente pulassem nas águas geladas. 

Segundo os passageiros, um treinamento para situações de emergência não havia sido realizado e estava previsto para ontem. 

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