Sem Barbosa, STF autoriza trabalho externo para José Dirceu.
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Por maioria de votos, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou hoje
(25) o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu a trabalhar durante o dia
em um escritório de advocacia em Brasília. Dirceu vai prestar serviços
no escritório do advogado José Gerardo Grossi, em Brasília. Ele vai
ajudar na pesquisa de jurisprudência de processos e na parte
administrativa com salário de R$ 2,1 mil. A jornada é das 8h às 18h, com
uma hora de almoço.
Os ministros aceitaram recurso da defesa contra decisão do presidente da
Corte, Joaquim Barbosa, que rejeitou a autorização em maio, por
entender que Dirceu e os demais apenados não cumpriram o mínimo de um
sexto da pena para terem direito benefício. O ex-ministro foi condenado a
sete anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto. Com base no
entendimento, José Dirceu nem chegou a ter o benefício autorizado.
Ao divergir de Barbosa, a maioria do plenário concordou com o voto do
relator das execuções penais dos condenados, ministro Luís Roberto
Barroso. Para o ministro, não é necessária a exigência de um sexto da
pena para que o condenado em regime semiaberto possa deixar a prisão
durante o dia para trabalhar.
Segundo Barroso, a jurisprudência
sobre o assunto é antiga no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o
entendimento contrário não pode ser alterado somente para os condenados
no processo do mensalão. “A negação ao direito ao trabalho externo para
reintroduzir a exigência do prévio cumprimento da um sexto da pena vai
ao desencontro das circunstâncias do sistema carcerário de hoje.”
No
caso específico de Dirceu, o relator afirmou que o trabalho externo em
um escritório de advocacia é inconveniente, no entanto, a questão não
impede que a autorização seja concedida. Na decisão, o presidente da
Corte avaliou que a proposta de emprego era “uma ação entre amigos”.
Com o recesso no Judiciário , que começará na terça-feira (1º), os recursos do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, do ex-deputado federal Romeu Queiroz e advogado Rogério Tolentino, ligado ao publicitário Marcos Valério, poderão ser decididos individualmente por Barroso. Todos tiveram o benefício cassado por Barbosa, com os mesmos argumentos.
STF
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