PF prende 33 pessoas acusadas de quebra de sigilo e crime contra o sistema financeiro.
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São Paulo - A Polícia Federal (PF) iniciou hoje (26) a Operação
Durkheim, na tentativa de acabar com duas organizações criminosas que
agiam na venda de informações sigilosas e em crimes contra o sistema
financeiro nacional. A PF cumpriu 87 mandados de busca e apreensão e
prendeu 33 pessoas, nos estados de São Paulo, Goiás, Pernambuco, do
Pará, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
O inquérito policial foi instalado em setembro de 2009, quando o
órgão passou a investigar o suicídio de um policial federal na cidade de
Campinas. Durante os trabalhos, suspeitou-se de que havia um esquema de
utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais,
com o objetivo de extorquir políticos, suspeitos de participar em atos
de fraudes em licitações.
Em nota, a PF salientou que “no decorrer do inquérito, foram
identificadas duas organizações criminosas atuando paralelamente e de
modo independente. As duas tinham como elo uma pessoa investigada, que
atuava com os dois grupos criminosos”.
Os investigadores da PF descobriram a existência de uma grande rede
de espionagem ilegal. Os criminosos que se apresentavam como detetives
particulares vendiam informações sigilosas que eram repassadas,
ilegalmente, por pessoas com acesso a banco de dados como, por exemplo,
funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos. Na
lista de vítimas, estão políticos, desembargadores, uma emissora de
televisão e um banco.
A outra organização tinha como atividade principal a remessa de
dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do
Banco Central.
Cerca de 400 policiais federais atuaram na operação que, além das
prisões, também cumpriu 34 mandados de condução coercitiva – quando a
pessoa é levada para prestar depoimento e depois é liberada. Os mandados
foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo e 67
acusados serão indiciados.
Os acusados vão responder pelos crimes de divulgação de segredo,
corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, por
interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário,
formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização
do Banco Central do Brasil, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. As
penas variam de um a 12 anos de prisão.
Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
Edição: Denise Griesinger
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