Médico que faltou a plantão era substituído informalmente por colega no Rio.
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Em depoimento nesta quinta-feira (17) à Polícia Civil do Rio de Janeiro,
o neurocirurgião Carlos Augusto Borges afirmou que fazia plantões no
Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier (zona norte), no lugar do
também neurocirurgião Adão Crespo Gonçalves. Como a troca era informal, o
próprio Adão assinava, depois, o livro de ponto, como se houvesse
trabalhado, mas repassava ao colega o valor ganho. Carlos Augusto se
aposentou em setembro e desde então deixou de substituir o colega.
Na noite de 24 de dezembro, Adão faltou ao plantão e o hospital ficou
sem médico neurocirurgião. À 0h15, a estudante Adrielly dos Santos
Vieira, 10, foi baleada na cabeça e levada ao Salgado Filho, mas, devido
à falta de médico, teve de esperar oito horas para ser atendida. Ela
morreu em 4 de janeiro.
Neurocirurgião fraudava folha de ponto no Rio.
Adão foi indiciado por omissão de socorro. À polícia ele afirmou que
não comparecia aos plantões havia mais de um mês por discordar das
condições de trabalho. O médico avisou ao chefe do setor de
neurocirurgia do hospital que não iria trabalhar, mas foi avisado de que
não teria substituto.
Outro neurocirurgião, Fernando Andrade, também contou à polícia que
chegou a substituir Adão durante os plantões. A Polícia Civil investiga
os médicos por crime contra a administração pública.
Fonte: UOL
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