Morte anunciada: maranhenses entre as vítimas da obra que desabou em SP.



A tragédia ocorrida na manhã desta terça-feira em São Paulo, onde uma obra irregular desabou e matou sete pessoas (sete ainda estão em estado grave), a maioria maranhense, possui culpados que vão além dos responsáveis pelo empreendimento.

É uma cadeia de crimes que começam com o transporte clandestino de trabalhadores maranhenses para viverem em regime de semi-escravidão no Sul e Sudeste do País.

Em maio de 2012, o jornalista Chico Otávio publicou extensa matéria no jornal o Globo denunciando casos com trabalhadores de Codó, Timbiras e Coroatá, que  compravam passagens em supostas agências de turismo e acabavam em canteiros de construção civil e corte de cana-de-açúcar.

Segundo o jornalista, ao contrário dos migrantes do passado, que fincavam raízes onde desembarcavam, os de hoje cumprem jornadas de trabalho temporário e depois voltam. No Maranhão, a migração sazonal movimenta de 500 mil a 1 milhão de pessoas todo ano.

O blog do Ricardo Santos, no JP Online, trouxe com exclusividade conversa pelo Facebook com o maranhense Jaciel Nascimento, que mora próximo dos quatro maranhenses que trabalhavam na obra que desabou.

 Jaciel postou uma foto em seu facebook mostrando que todos moravam em alojamento da obras que caiu em São Mateus. “Muitos dormem na garagem dessa casa, em condições de trabalho escravo”.
Ele ainda confirmou a Ricardo Santos que os trabalhadores são de Joselândia, Imperatriz, Presidente Dutra e Barra do Corda.



Hoje à tarde, Thayis dos Santos Feitosa, participou do programa Difusora em Debate, e disse que o seu irmão, Felipe Pereira dos Santos, 20 anos, está entre os desaparecidos na tragédia.

Muito tempo antes, em maio de 2012 logo após a denúncia publicada em O Globo, o secretario de estado do Trabalho e Economia Solidária, José Antônio Helluy, protocolou um pedido de investigação sobre o transporte clandestino de trabalhadores maranhenses para exploração de mão-de-obra barata na Superintendência Regional do Trabalho do Maranhão.

O pedido foi recebido pelo chefe da seção de Inspeção do Trabalho da SRTE, Sílvio Conceição Pinheiro, que garantiu uma investigação rápida. “Tivemos notícia dessa prática e as providências estão sendo adotadas”, disse.

E tudo ficou por isso mesmo!

JP

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