Liminar proíbe repasse de verba a cidade com nome de Edison Lobão.
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O Ministério Público Federal no Maranhão obteve na Justiça Federal
uma liminar que suspende os repasses de recursos da União para o
município de Governador Edison Lobão (a cerca de 655 km de São Luís),
caso a cidade não troque de nome em 90 dias.
Segundo a
Procuradoria, batizar o município com o nome de um político ainda vivo
–Edison Lobão (PMDB) é hoje ministro de Minas e Energia– fere a
Constituição Federal, que proíbe atribuir nome de pessoa viva a bem
público.
“A lei estadual que criou o município e o nominou com o
nome de um importante político da região, ainda vivo, é notoriamente
contrária ao republicanismo e ao princípio da impessoalidade, sendo
evidente a sua inconstitucionalidade”, afirma o procurador da República
Paulo Sérgio Ferreira Filho.
Com a decisão judicial, a União
ficará proibida, em 90 dias, de fazer transferências voluntárias à
prefeitura edison-lobense –exceto de repasses para saúde, educação e
assistência social.
A Justiça considerou que a “rotulação de nome de pessoa física a um
município é a forma mais evidente para promover pessoalmente um
político, tornando possível conduzir os cidadãos ao erro –que podem
vincular os recursos oriundos de convênios ao político e sua família”.
O
município de Governador Edison Lobão foi criado em 1994 por lei
estadual sancionada pelo governador José Ribamar Fiquene (PMDB). Fiquene
era vice de Lobão e assumiu o governo quando Lobão renunciou ao cargo
para concorrer ao Senado.
A cidade tem 15,9 mil habitantes e foi desmembrada de Imperatriz, uma das maiores do interior do Maranhão.
OUTRO LADO
Procurado,
o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou por meio de sua
assessoria que não iria comentar a decisão judicial.
O secretário
municipal de Administração de Governador Edison Lobão, Arnaldo Guerra,
disse que a atual gestão, que está em seu primeiro mandato, não conhecia
a ação. “Vamos nos reunir amanhã [quarta-feira] com o corpo jurídico da
prefeitura para debater o assunto”, afirmou.
O governo do Estado informou, via assessoria, que só vai se pronunciar após ser notificado oficialmente.
Procurada
às 18h45 desta terça-feira (27), a AGU (Advocacia-Geral da União), que
defende a União em ações judiciais, informou que não foi possível
localizar o responsável pelo caso para informar se o governo federal vai
recorrer.
JP
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