Após alta, homem queimado no MA marca viagem de volta para a casa.
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Márcio Ronny teve 72% do corpo queimado em atentado no dia 3 de janeiro.
Depois de três meses, ele embarca para rever sua família no domingo (13)
O entregador de frangos Márcio Ronny da Cruz, 37 anos, que teve 72% do corpo queimado ao retirar uma criança de um ônibus em chamas no Maranhão, recebeu alta ambulatorial nesta sexta-feira (11). Após mais de três meses de tratamento em Goiânia, ele já marcou a viagem de volta para São Luis, onde mora. Na noite de domingo (13), Márcio embarca de avião para rever sua família e tentar recomeçar a vida.
Márcio se feriu no dia 3 de janeiro, após uma série de atentados na
capital maranhaense comandados por detendos do Presídio de Pedrinhas.
Responsável por boa parte do tratamento de Márcio no Hospital de
Queimaduras, a cirurgiã plástica Mônica Piccolo explicou que desde o dia
21 de março, o paciente foi liberado do hospital, mas que ele ainda
precisava ir à unidade a cada dois dias para trocar os curativos.
A paritr de agora, o paciente só precisará vir a Goiânia uma vez por
mês para revisões cicatriciais. Esse processo é necessário para que a
equipe médica possa acompanhar a evolução das cicatrizes, garantindo
elas não limitem o movimento das articulações de Márcio. Assim, ele
poderá voltar a ter uma vida normal, sem limitações de movimento.
A médica explicou ainda que a força de vontade do entregador de frangos
foi fundamental para que ele ficasse bom. "Márcio é extremamente
determinado. Em nenhum momento ele achou que não fosse sobreviver. Isso
foi essencial para a recuperação dele", afirma.
Antes de voltar para casa, Márcio foi ao hospital agradecer aos
médicos, assim como fez há uma semana, no Hospital Geral de Goiânia
(HGG), onde ficou internado os primeiros dias após sua transferência
para a capital. Ainda vestindo roupas especiais para evitar a exposição
dos ferimentos, ele resumiu seu sentimento em poucas palavras: "Estou
ansioso para voltar para casa e ver minha família".
Resgate
No último dia 4, Márcio disse que se fosse preciso, "faria tudo de novo”. Ele também relembrou o que ocorreu no dia em que se feriu e acredita que estava predestinado a embarcar naquele ônibus, incendiado por criminosos. "Passaram três ônibus da mesma linha antes e eu não quis entrar. Estavam muito cheios. Depois que eu consegui entrar, 20 minutos depois, os homens o pararam, mandaram todo mundo descer e tacaram fogo", diz.
No último dia 4, Márcio disse que se fosse preciso, "faria tudo de novo”. Ele também relembrou o que ocorreu no dia em que se feriu e acredita que estava predestinado a embarcar naquele ônibus, incendiado por criminosos. "Passaram três ônibus da mesma linha antes e eu não quis entrar. Estavam muito cheios. Depois que eu consegui entrar, 20 minutos depois, os homens o pararam, mandaram todo mundo descer e tacaram fogo", diz.
O entregador de frangos explicou que os criminosos jogaram gasolina em
sua camisa e que, quando conseguiu sair, já em chamas, se jogou em uma
poça de lama. "Foi quando eu ouvi a mãe e as duas meninas gritando.
Naquela hora, eu vi que não tinha ninguém para ajudar e saí correndo
para tirar elas do fogo", recorda-se.
Mesmo ferido, Márcio conseguiu retirar a menina Ana Clara Santos Sousa,
6 anos, do ônibus. Ele a abraçou ao sair do veículo, pois o corpo da
criança estava em chamas. A garota teve mais de 90% do corpo queimado e
morreu no dia 6 de janeiro.
Ele agradeceu o trabalho feito pelos médicos e também a toda população
goiana. "Me ajudaram em tudo que precisamos. Até quando eu precisei de
doação de sangue, os goianos que nem me conheciam foram lá e me
ajudaram", afirma.
Tratamento
Após o atentado, o entregador chegou a fazer tratamento em São Luís, mas no dia 8 de janeiro foi transferido para o Hospital Geral de Goiânia (HGG). Ele passou por três cirurgias e foi levado para o Hospital de Queimaduras, no dia 13 do mesmo mês. Depois de um período de internação, foi liberado para ficar em casa com as irmãs, no último dia 21 de março.
Após o atentado, o entregador chegou a fazer tratamento em São Luís, mas no dia 8 de janeiro foi transferido para o Hospital Geral de Goiânia (HGG). Ele passou por três cirurgias e foi levado para o Hospital de Queimaduras, no dia 13 do mesmo mês. Depois de um período de internação, foi liberado para ficar em casa com as irmãs, no último dia 21 de março.
Fonte: G1
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