ESPORTE - Caio decide novamente, Botafogo vence o Flu e está na final da Taça Rio

Em um jogo cheio de ingredientes e com duas viradas de placar, o destaque ficou mais uma vez para o ‘Talismã’ alvinegro. Caio anotou o gol que deu a vitória por 3 a 2 do Botafogo sobre o Fluminense, neste sábado, no Maracanã, e saiu de campo mais uma vez como herói da classificação do time, que agora espera por Vasco ou Flamengo na decisão da Taça Rio. O jovem atacante já havia marcado o gol do triunfo sobre o Flamengo, na semifinal da Taça Guanabara, competição conquistada pelo time de General Severiano. Com isso, o Botafogo pode ser campeão já no próximo domingo.

Para o Fluminense, resta a lamentação e voltar suas atenções para a Copa do Brasil. A derrota para o rival pode significar também uma mudança de comando, já que o técnico Cuca começa a ser visto com desconfiança. Muricy Ramalho, atualmente sem clube, entra na mira tricolor.

“Fomos mal no primeiro tempo, deixamos o time do Fluminense jogar. Mas o Joel Santana arrumou a equipe para o segundo tempo e conseguimos a virada”, salientou Leandro Guerreiro. O volante tricolor Diguinho culpou a falta de atenção. “Pecamos nas bolas áreas, fazendo faltas bobas e não soubemos marcar", avaliou.

O Botafogo, eliminado da Copa do Brasil, só tem o Estadual como compromisso. Já o Fluminense volta a campo na quarta-feira, quando encara a Portuguesa, no Canindé, pela partida de ida das oitavas-de-final da competição nacional.

O jogo começou com realidades distintas. Um Fluminense pouco alterado, com Alan e Fred na frente. Enfim, nada de muita novidade além do retorno de seu camisa 9. Contudo, o Botafogo apareceu em campo de forma surpreendente. Joel Santana jogou o conservadorismo para o alto e trocou o lateral-esquerdo Marcelo Cordeiro pelo volante Somália, em um improviso questionável.Na zaga, Danny Morais acabou barrado para a entrada de Fábio Ferreira. Alessandro, já recuperado dos traumas e boatos, reassumiu de vez lateral direita.

“Eles têm o lado direito forte e temos de marcar muito por ali. Mas também não podemos deixar de atacar”, disse o volante Somália antes da partida, deixando clara a preocupação defensiva de Joel.

Tempo tricolor

Apesar de todos os cuidados do treinador alvinegro, quem tinha que se preocupar com a retaguarda, ao menos nos minutos iniciais, era Cuca. Com cinco minutos, a zaga ficou parada após cobrança de falta, e Loco Abreu abriu o placar em boa e certeira cabeçada.

Tudo parecia convergir a favor da equipe de General Severiano. E parecia mesmo. Aos oito, Julio Cesar cruzou para a área, Fabio Ferreira tentou cortar e a bola tocou a mão de Leandro Guerreiro. O árbitro assinalou pênalti, que Fred bateu e acertou o travessão em cheio. Nada surpreendente para quem converteu apenas uma de quatro tentativas no treino de sexta-feira, terminando a atividade com o pior rendimento entre seus companheiros. Tendo a bola entrado, ou não, a expectativa inicial era a de um ‘Clássico Vovô cheio de adrenalina.

Apesar da vantagem no marcador, era clara a inferioridade do Botafogo em campo. Com velocidade pelas laterais e tabelas criativas pelo meio, o Fluminense dominava o jogo. O time alvinegro, limitado aos contra ataques, não conseguia encaixá-los. O ditado é velho, batido, mas serve. Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura. Aos 27, Diguinho, em mais um ataque tricolor, levantou para Fred e desta vez o camisa 9 foi perfeito ao desviar de cabeça. 1 a 1, mostrando um placar mais ‘real’ para a realidade da partida. E tinha mais.

O gol contra não serviu de nada para o Botafogo. O time seguiu em atitude covarde. Aliás, sem atitude. Bom para o Fluminense. Pouco depois de empatar, Fred marcou mais um, após passe de Alan, e decretou sua redenção com a torcida. Com a vantagem, a equipe tricolor tirou o fio da tomada. Salvo um lance de bola parada, no qual Antonio Carlos teve boa chance para marcar e um gol irregular de Herrera [o argentino ajeitou a bola com a mão], o Fluminense conduziu o duelo de forma serena até o intervalo.

Caio, o 'Talismã'

Joel Santana sentiu que seu time vinha sendo dominado e, por isso, resolveu mudar. Sandro Silva e Túlio Souza saíram para as entradas de Caio e Edno. No início, os alvinegros pareciam nervosos. Atabalhoado, o time errava muitos passes e freava uma tentativa de reação. Com isso, o Fluminense se manteve com as rédeas, mas não soube aproveitar. Aos poucos, o Botafogo foi colocando a bola no chão, ganhando confiança e passou, enfim, a jogar futebol. E deu resultado. Aos 15, após grande confusão na área, Fahel, desequilibrado, chutou no canto de Rafael. A bola passou pouco da linha, mas passou: 2 a 2.

O time tricolor já não tinha os espaços do primeiro tempo e se perdeu. O Botafogo, por mais que não exercesse uma pressão, era mais efetivo e provou isso aos 25. Caio, o Talismã, fez jus ao apelido. Ele ganhou na entrada da área e bateu fraquinho no canto de Rafael, assinalando a virada. No lance, Herrera estava em posição irregular, mas a arbitragem não viu. E o menino de General Severiano, que não tinha nada a ver com isso, se inspirou em seus companheiros da Vila Belmiro e comandou uma dancinha ensaiada na comemoração. A virada refletiu mal no Fluminense e o descontrole ameaçava tomar conta da equipe.

Até o apito final, o time de Cuca ainda tentou. Everton acertou um bom chute, mas Jefferson não deixou entrar. Aos 42, Caio apareceu livre e, quando ia invadir a área, foi derrubado por Cássio. O zagueiro foi expulso e tudo ficou ainda mais tranquilo. Era só esperar para comemorar a vaga. Só falta um.

BOTAFOGO 3 X 2 FLUMINENSE

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