Negligência do Hospital Macrorregional Alexandre Mamede Trovão
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O vereador Cássio Reis (PSDB), revoltado
com o caos na saúde pública comandada pelo secretário Ricardo Murad,
voltou a denunciar, na Sessão da Câmara Municipal de Coroatá, na manhã
desta sexta-feira (10), o descaso do governo Roseana Sarney e suas
consequências para o município de Coroatá. Segundo o vereador, logo após
o fechamento do Hospital Geral Municipal – HGM no início da gestão da
prefeita Teresa Murad (PMDB), denúncias sistemáticas comprovam o
desrespeito com a saúde da população e estão vindo à tona.
Na
quarta-feira (08) logo após receber uma denúncia que apontava para mais
um caso de negligência no serviço ofertado pelo Hospital Macrorregional
de Coroatá de responsabilidade do Governo do Estado, o vereador Cássio
Reis viajou para a vizinha cidade de Pedreiras, acompanhado da equipe do
Programa Canal Aberto, para constatar e registrar “in loco” mais uma
barbaridade cometida pela equipe de profissionais daquele hospital.
Na
cidade de Pedreiras o parlamentar encontrou-se com a senhora Jaiciele
Farias que, após dá a luz a gêmeos prematuros (sete meses), foi
transferida com os seus bebês para o Hospital Macrorregional, por não
haver leito neonatal no município de origem. Após seis dias de
internação Jaciele recebeu a triste notícia de que uma de suas filhas
faleceu sob os cuidados médicos da equipe, segundo informações
repassadas a mãe da criança a morte teria sido ocasionada por uma
infecção pulmonar.
De posso de cópia
do boletim de ocorrência e termo de amputação, o parlamentar relatou o
que ouviu da mãe, segundo ela a outra criança continuou internada por
mais alguns dias e após perceber que os esparadrapos que seguravam a
agulha estavam apertando o seu braço a mesma solicitou por cerca de
quatro vezes que a técnica de enfermagem que a acompanhava os retirassem
ou pelo menos pudesse atentar para este detalhe, o que não ocorreu,
ainda segundo a mãe o braço da bebê estava ficando roxo e inchado. No
dia seguinte ao chegar ao hospital, Jaciele percebeu que o soro tinha
sido trocado para o braço direito, sendo que esquerdo, no qual esteve
com o soro por alguns dias, encontrava-se enrolado com algodão e a mesma
pediu para vê-lo, foi quando percebeu que o local onde antes estava a
agulha anteriormente encontrava-se totalmente “preto” (segundo ela) e
sem movimento.
O vereador relatou que “após quatro dias a
mãe foi comunicada que sua filha teria de ser transferida urgentemente
para São Luís, o que não ocorreu, pois a criança teria recebido a
avaliação do médico que veio da capital, para desespero da mãe este a
comunicou que a mesma precisava assinar o termo de consentimento para
amputação do antebraço da sua filha ou do contrário a infecção poderia
tomar conta de todo o corpo da criança e ocasionar a sua morte”, disse.
Cássio
Reis registrou em seu pronunciamento que o Hospital Macrorregional de
Coroatá é o que mais recebe recursos financeiros da Saúde em todo o
estado e mesmo contando com um pouco mais de 400 funcionários (superior a
sua real capacidade), oferta um serviço de qualidade duvidoso e não
possui quantidade de leitos suficientes para o atendimento à população
coroataense com mais 75 mil habitantes e ainda às cidades vizinhas.
“É
lamentável ver o secretário de estado de Saúde e deputado, Ricardo
Murad, usando de propaganda enganosa, sobrevoando de helicóptero o
município de Coroatá quase que diariamente, fazendo política com a saúde
e enquanto isso a nossa gente está morrendo, o que poderia ser evitado
com o investimento necessário no setor”, disse o vereador e continuou:
“Solicito às autoridades competentes e ao Ministério Público que tomem
providências cabíveis antes que outras vidas sejam prejudicadas ou
ceifadas impunemente”, finalizou Cássio Reis.
O
parlamentar aproveitou ainda para dizer que aquele hospital é tido como
referência no estado e no país segundo o secretário e a governadora
Roseana Sarney e chegando a compará-lo com o Albert Einstein, sendo de
alta complexidade, mas mesmo assim tem apresentado casos vergonhosos de
mortes ou erros que poderiam ser evitados. O vereador frisou que esta é
apenas uma das muitas denúncias que tem recebido desde o início do
funcionamento do hospital.
“No
Macrorregional foi gasto mais de 4 milhões em mais de 3 anos de
reformas, sendo reinaugurado apenas durante as campanhas eleitorais de
2012, na qual a esposa do secretário, Teresa Murad, era candidata, hoje
ela é prefeita no papel, mas de fato quem dita as ordens é o seu esposo e
secretário de saúde”, disse o vereador.
A
denúncia na Tribuna causou indignação entre os vereadores ali presentes
Marcelo Moura (PTC), Lourdinha Pereira (PCdoB) e Juscelino (PT), que se
solidarizaram ao vereador Cássio em seus pronunciamentos durante a
sessão que não contou com a presença de nenhum dos vereadores
governistas.
Fonte: JP